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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

1.2 A ética é apenas uma questão de manifestação de sentimentos do Indíviduo?

A extensão desta resposta é necessária diante da crença popular na ética subjetiva e a ênfase que a psicologia e a sociologia contemporâneas dão às emoções e aos sentimentos sobre a responsabilidade moral. Não estamos condenando ambas em geral, pois elas têm certamente feito contribuições positivas ára o entendimento da natureza humana e das ações sociais. Contudo, na maior parte, essas contribuições positivas têm sido sobreestimadas pelo dano que causaram a nossa compreensão coletiva da ética e da responsabilidade moral – juntamente com o conhecimento devido da natureza humana. O perigo ocorre quando os indivíduos de uma sociedade abraçam uma visão errônea da natureza humana e descartam a ética como puramente emocional. Quando isso ocorre, é apenas uma questão de tempo para que a sociedade comece a colher os amargos frutos das convicções que semeou. Pretendemos mostrar que esse é extamente o caso dos Estados Unidos.

Na citação a seguir, Solomon Schimmel, autor de The seven deadly sins [Os Sete pecados capitais], dá um panorama conciso da Ênfase que a psicologia contemporânea dá aos sentimentos:

A psicanálise transfere o fardo da responsabilidade moral do adulto para seus pais e as experiência de sua infância. Reconhece o poder da luxúria, mas vê maior perigo psicológico do controle excessivo em vez da falta de controle dela. A terapia behaviorista concentra-se no que fazemos, não se deveríamos fazer ou não [...] A terapia adlerina ou individual, valoriza o poder do orgulho [...] Todavia, por causa de sua preocupação em superar os sentimentos de inferioridade ela pode errar para o lado do orgulho e deixar de prezar o valor da humildade [...] A terapia gestáltica se concentra no presente em vez de reprisar o passado ou se preocupar com o futuro. Sua preocupação principal é como nos sentimos em vez de o que pensamos. Também estimula expressar abertamente os sentimentos, particularmente a ira e o ressentimento. Nesses aspectos a gestalt está em desacordo com muito da abordagem tradicional moral ao tratar de nossos problemas emocionais e falhas de caráter [...]. A terapia emotivo-racional e outras terapias cognitivas [...] dizem que nossos sentimentos de culpa e vergonha são basicamente os nossos próprios feitos, as conseqüências de nossos pensamentos distorcidos e irracionalidade; devemos aprender a nos livrar deles.[1]

Essa é a história da psicologia contemporânea, mas o apelo à ética subjetiva não é recente. C. S. Lewis escreveu uma crítica em 1943 (The abolition of man [Anulação do homem]). Lewis assinalou a responsabilidade séria que os educadores têm com respeito ao ensino da visão correta de ética: “Aristóteles diz que o alvo da educação é fazer o aluno gostar e desgostar do que ele deve. Quando a idade para o pensamento reflexivo chega, o aluno foi trinado nas ‘afeições ordenadas’ ou nos ‘sentimentos justos’ facilmente encontrará os primeiros princípios da Ética: mas para o homem corrupto eles jamais serão visíveis, e ele não pode fazer progresso algum na ciência. Platão, antes dele, havia dito a mesma coisa”. Lewis chamou a concepção correta de ética de “a doutrina do valor objetivo, definido-a como

... a crença de que certas atitudes são realmente verdadeiras, e outras realmente falsas, para a espécie de coisa que o universo é e a espécie de coisas que nós somos [...] E porque nossas aprovações e reprovações são, desse modo, reconhecimentos valores objetivo ou respostas a ordem objetiva, portanto estados emocionais que podem estar em harmonia com a razão (quando sentimos gosto pelo que deve ser aprovado) ou em desarmonia com a razão (quando percebemos que o gosto é devido mas não podemos senti-lo). Nenhuma emoção é um julgamento: porque todas as emoções e sentimentos são alógicos. Mas podem ser razoáveis ou não-razoáveis à medida que se conformam à Razão ou deixam de se conformar com ela. O coração nunca toma o lugar da razão: mas pode, e deve, obedecê-la.[2]

A conseqüência final de treinar jovens para crerem nessa dicotomia de faot/valor é muito séria. Quando levada acima da dimensão pessoal passa a ser a dicotomia do quê/quem. Em outras palavras, o que fazemos (nossa imagem pública) não tem de ser necessariamente associado com quem somos (nossa integridade pessoal). Na prática, funciona mais ou menos assim: contanto que sejamos bons no que fazemos (nossa profissão), não precisamos nos preocupar com o que somos (nosso caráter).

Logo, de acordo com essa dicotomia fato/valor, pode-se fazer tudo que se ache bom na profissão e tornar-se famoso e poderoso. Isso pode ser alcançado sem haver nenhuma preocupação real com o caráter do indivíduo e, portanto, colocar a busca do poder acima da busca do caráter. Não é preciso mencionar quanto essa dicotomia da imagem pública/integridade pessoal” pode-se elevar, principalmente a esfera política. É certamente um epsódio triste da sociedade que as pessoas se preocupam mais com o desempenho do trabalho doe um representante eleito (o que ele faz) do que com sua integridade (o que ele realmente é).

Nossa sociedade não está somente acostumada a ter essa dicotomia da imagem pública/integridade pessoal – hiposcrisia – como parte da nossa cultura, mas também está procurando meios de se aperfeiçoar nisso! Um livro publicado por dois autores chamado The 48 laws of poder [As 48 leis do poder] é “um estudo conclusivo do poder e orientação essencial para a manipulação moderna [...] As 48 leis fornecem entendimento das estratégias usadas pelos outros, as táticas a evitar ou pelas quais viver”.

Fazendo justiça aos autores, eles procuram escrever seu livro objetivamente observando e documentando o que é preciso para obter o poder e mantê-lo.

Ninguém quer menos poder, todos querem mais. No mundo atual, porém, é perigoso parecer que está com fome demais de poder, ou mesmo manifestar o poder que se tem. É necessário parecer justo e decente. Por isso, precisamos ser sutis – nos portar adequadamente, mas espertos; democráticos, mas honestos [...] A corte se imaginava como um pináculo de refinamento, mas por baixo de sua superfície brilhante havia um caldeirão de emoções tenebrosas – ganância, inveja, luxúria e ódio – fervilhando e espumando. Semelhantemente, nosso mundo atual imagina-se o pináculo da justiça, todavia as mesmas emoções feias ainda fervilham dentro de nós como sempre fizeram[3]

A combinação de poder e orgulho é extremamente corrosiva para as qualidades interiores de caráter de uma pessoa. Essa duplicidade de status público e moral privada – esa avidez de poder aliada ao desejo de proteger a própria imagem – pode facilmente produzir o que C.S. Lewis chamou de “homens sem peito”:

O tempo todo – essa é a tragicomédia de nossa situação – continuamos a clamar por essas qualidades reais que julgamos impossíveis. Dificilmente se conseguirá abrir um periódico sem dar de frente com a afirmação de que a nossa civilização precisa de mais “impulso” ou dinamismo, ou auto-sacrifício, ou “criatividade”. Como um tipo de simplicidade assustadora, removemos o órgão e exigimos a função. Fazemos homens sem peito e esperamos deles virtude e empreendimento. Rimos da honra e ficamos chocados de encontrar traidores em nosso meio. Castramos e ordenamos os eunucos a ser frutuosos [...]

O ponto importante não é a natureza precisa do seu fim, mas o fato de que eles têm um fim [...] E em vez disso, predicados como “necessário” ou “progressivo” ou “eficiente” seria um subterfúgio. Eles poderiam ser forçados por argumento a responder as questões “necessário pra quê?” “progressivo em direção a quê?” “efetuando o quê?”; como último recurso, teriam de admitir que um estdado de coisas na opinião deles é bom para a própria causa. E dessa vez elas não poderiam sustentar que o “bom” descreve simplesmente suas próprias emoções em relação a isso. Pois o propósito total do livro deles é fazer o jovem leitor crer que vai compartilhar da aprovação deles, e isso seria uma incumbência de tolo ou de vilão a menos que sustentassem que a aprovação deles é, de alguma maneira, válida ou correta [...]

Muitos dos que “ridicularizam” os valores tradicionais ou (como eles diriam) “sentimentais” têm no fundo seus próprios valores, que acreditam ser imunes ao processo de deboche. Eles alegam estar cortando o crescimento parasitárioda emoção, da sansão religiosa e dos tabus herdados, a fim de que os valores “reais” ou “básicos” possam emergir.[4]

Lewis concluiu sua revisão assinalando que das proposições acersa dos fatos isolados, não se pode tirar nenhuma conclusão prática referente aos valores. Em oturas palavras, se aqueles que sustentam esse tipo de filosofia acreditassem que seu modo de pensar vai preservar a sociedade(oferecido como uma declaração do fato), entãoe sse fato nunca pode levar diretamente à conclusão de que a sociedade deve ser preservada (oferecido como uma declaração de valor). É impossível tirar conclusões prescritivas (o que deve ser – valores) de um conjunto de premissas puramente descritivas (o que é – fatos).

Lewis logo em seguida adverte seus leitores do perigo que assomam resultante do desprezo da ética em bases puramente subjetivas. Diz que quando uma sociedade chega ao ponto de obliterar completamente os valores – aplicando com perfeição a psicologia e a tecnologia à humanidade – essa sociedade está perigosamente próxima ao fim. Explica o que quer dizer lembrando seus leitores de que conquistamos muitas coisas na natureza, e as coisas que uma vez foram nossos senhores, agora se tornaram nossos servos. Lewis argumentou que os especialistas em ética da subjetividade estão tentando conquistar o pico final da natureza – a própria natureza humana – usando os instrumentos da eugenia, psicologia e educação:

Eu estou apenas deixando claro o que a conquista da natureza por parte do Homem significa, e especialmente esse estágio final da conquista, que, talvez, não esteja distante. O estágio final terá vindo quando o Homem, pela eugenia, pelo condicionamento pré-natal e pelo educação e propaganda baseada em perfeita psicologia aplicada, tiver obtido o controle pleno de si próprio. A natureza humana será a última parte da Natureza a render-se ao Homem. A batalha será ganha [...] Mas quem realmente a vencerá? Porque o poder do Homem se fazer de si o que lhe agrada significa, como vimos, o poder de fazer aos outros homens o que lhes agrada.[5]

Lewis referiu-se a essa conquista final da natureza humana como “a anulação do Homem”.



[1] P. 7-8 (grifo do autor).

[2] The Abolition of man, p.22.

[3] The 48 laws of power (grifo do autor)

[4] The Abolition of man, p.40 (grifo do autor)

[5] Ibid., p.72 (grifo do autor)


1.1 A ética é apenas Instinto Humano?

Antes de responder a essa concepção ética, devemos deixar claro o que se quer dizer com instinto humano. O Dicionário Houaiss define instinto como “padrão inato, não aprendido, de comportamento, comum aos membros de uma espécie animal”. Para a psicanálise, o instinto ou pulsão de autoconservação é um conjunto de necessidades (p. ex., fome, sede, atividade muscular etc.) ligadas à fisiologia necessárias à conservação da vida”. Esse entendimento dos instintos humanos é o mesmo que lei moral? Não! Lewis de fato insinua que às vezes sentimos desejo de ajudar outra pessoa, e esse desejo pode, sem dúvida, ser devido ao ímpeto ou instinto de preservar a raça humana – instinto de grupo. Mas também observou a seguinte distinção crítica entre ter e o desejo de ajudar alguém e sentir que devemos ajudar, ajudando ou não.

Por exemplo, se você ouvir um grito de socorro de um homem em perigo, provavelmente sentirá dois desejos: um, o de prestar socorro (devido ao instituto gregário); outro, o de se esquivar do perigo (devido ao instinto de conservação). Mas dentro de você, além destes dois impulsos, haverá uma terceira coisa que lhe dirá que o umpulso de socorrer deve ser seguido e que o de evadir-se deve ser reprimido. Ora, isso que julga os dois instintos, o que decide qual dos dois deve ser seguido, não pode ser nenhum deles. É como se você dissesse que a página de música, que lhe manda tocar, num determinado momento, uma certa nota do piano, é ela mesma uma das notas do teclado. A Lei Moral nos diz o que devemos tocar tocar; os nossos instintos são simplesmente as teclas.[1]


“A Lei Moral não é nenhum instinto nem nenhum conjunto de instintos; é algo que produz uma espécie de tom dirigido os instintos.”

Lewis prossegue explicando a dificuldade que experimentamos quando dois instintos estão em conflito. Quando isso acontece, e não há nada em nossa mente, exceto os dois impulsos conflitantes, o mais forte dos dois deve certamente prevalecer. É precisamente nesse momento de luta entre os dois ímpetos que ficamos mais conscientes da lei moral, porque ela normalmente parece nos dizer para escolher o mais fraco dos dois instintos. Com respeito à ilustração de Lewis, provavelmente vamos querer ficar a salvo (autropreservação) muito mais do que ajudar a pessoa em perigo (instinto em grupo). Todavia, a lei moral nos diz para ajudá-lo. Além disso, Lewis observou que a lei moral freqüentemente nos diz para procurar deixar o impulso certo mais forte do que ele é naturalmente.

Lewis argumentou que a lei moral não é meramente mais um de nossos instintos. Se fosse, deveríamos ser capazes de chamar um desses instintos de “bom”. Mas esse não é o caso. Não há instintos que a lei moral não possa nos dizer algumas vezes para suprimir nem que não possa às vezes dizer-nos para incentivar. Lewis também ressaltou o perigo de estabelecer um dos impulsos da natureza humana como aquilo que “deve” ser seguido a todo custo. Demosntramos que a história confirmou isso, por exemplo, no instinto de “sobrevivência dos mais adaptados”, que Hitler incorporou no dogma nazista e causou muita agressão. O queveio na seqüência lógica foi o genocídio. Concluímos, portanto, que a moralidade é mais do que um simples instinto humano. E porque a moral e a ética não podem ser um produto da psique humana?




[1] Cristianismo puro e simples, p.5 (grifo do autor).

1. A Ética e a Moral

As palavras ética e moral são comumente usadas de modo intercambiável. Quando empregamos a palavra ética, estamos nos referindo a um conjunto fixo de leis (morais) pelo qual se pode avaliar a conduta humana. Com outras palavras, podemos entender a ética como um conjunto de padrões (o que se deve ser) pelo qual se avalia a conduta humana e julga como moralmente certa ou moralmente errada. O termo costumes é indicativo da espécie de conduta com a qual uma pessoa se compromete – seja boa ou má. Sem as leis morais (ética) não faz sentido falar de avaliações morais.

Deve-se notar que sem nenhum padrão ético, os julgamentos morais não seriam possíveis. Além disso, as únicas leis objetivas do universo seriam as leis da física e da química e, os julgamentos morais seriam absurdos. C.S. Lewis descreve como a vida seria se toda conduta fosse reduzida à obediência às leis da natureza:

... e o naturalismo estiver correto, “devo” seria a mesma espécie de declaração que “sinto calor” ou “estou me sentindo mal”. Na vida real, quando o homem diz “devo”, podemos responder: “Sim. Você está correto. É isso que se deve fazer”, ou então, “Não. Acho que você está enganado”. Mas num mundo de naturalistas (se estes realmente aplicassem a sua filosofia fora da escola) a única resposta sensata seria: “Oh, você está?”. Todos os julgamentos morais seriam declarações relativas aos sentimentos do interlocutor, tomados por ele como sendo declarações sobre outra coisa (a qualidade moral real dos atos) que não existe. [1]

Ou seja, se todos os julgamentos morais são reduzidos a descrições daquilo que é, então não há base lógica para oferecer prescrições para que deve ser.

A distinção entre “o que é” e “o que deve ser” é uma diferença essencial entre o fato da conduta humana (costume) e a lei da natureza humana ou a lei natural (moral). Sem essa diferenciação, "o que se deve ser” simplesmente se reduz ao “que é”, e a distinção entre costumes e moral desaparece. Passam a ser matéria daquilo que é a conduta socialmente aceitável; o étnico define a ética – a sociedade determina o que é moralmente correta.

À luz do que já se afirmou, queremos trazer a questão das leis morais universais para o nível individual e discutir a existência de obrigações éticas pessoais. As pessoas normalmente concordam que os nazistas estavam moralmente errados e foram culpados a cometer “crimes contra a humanidade”. Contudo, esses mesmos indivíduos podem facilmente mudar de posição e discordar da existência de leis morais e objetivas e obrigatórias. O principal argumento desses indivíduos quase sempre se baseia na convicção de que a ética é subjetiva e pessoal.

Também deixamos clara a validade dos absolutos morais e as conseqüências de negá-los. Concluímos que o julgamento de Nuremberg foi baseado em verdades auto-evidentes e absolutos morais como os demonstrados na Declaração de Independência dos Estados Unidos. Como vimos, demonstrou-se em Nuremberg e Berlim que esses absolutos morais existem como base das leis civis para todos os governos. Além do mais, cada ser humano – por meio de sua consciência – é considerado responsável por violar as leis morais:

Estes são, portanto, os dois pontos que queria estabelecer. Primeiro: que os seres humanos, em todo o mundo, sabem que devem comportar-se duma certa maneira, e que não podem livrar-se dessa situação. Segundo: que eles na realidade não se comportam daquela maneira. Conhecem a Lei da Natureza, e a infringem. Estes dois são a base de toda a reflexão quanto a nós mesmos e quanto ao universo em que vivemos. [2]

Lewis cria que todos os indivíduos têm consciência de uma lei moral impingida que devem guardar mas, na verdade, não podem guardar e não podem se livrar dela. Disse também que esses dois fatos são o fundamento de todo o pensamento claro e posteriormente acrescentou: “Sendo esses dois fatos a base, convém firmá-la muito bem...”. Já firmamos esse fundamento com referência a mostrar que a lei moral não é apenas uma questão de convenção social – como sistema educacional. Como Lewis assinalou, o fato de aprendermos algo com nossos pais ou professores não significa que isso necessariamente seja meramente uma invenção humana. Da mesma maneira que as leis básicas da lógica ou da física são ensinadas por professores nas diferentes culturas, e não mudam de uma cultura para outra, também acontecem com a lei moral universal. Pode-se perceber facilmente isso nos julgamentos morais: Quando julgamos ações como moralmente certas ou moralmente erradas, como no caso dos nazistas, na verdade, estamos avaliando-as com base na lei moral. Portanto, leis morais universais necessariamente existem.

Basear todos os julgamentos numa convenção social é apenas uma tentativa (dentre muitos) de eliminar a crença nos valores objetivos. Duas outras concepções populares tentam reduzir a ética aos instintos humanos ou às emoções humanas.




[1] Milagres, p.36.

[2]Cristianismo puro e simples, p.4.

A Ética e a Moral - Introdução

Todos os homens igualmente estão condenados, não por códigos de ética alheios, mas por seus próprios, e todos os homens, portanto, têm consciência da culpa

- C.S. Lewis



A decadência moral tem alcançado proporções epidêmicas em todas as áreas. Um levantamento feito pela Time mostrou que o declínio da moralidade no mundo dos negócios é conseqüência direta do orgulho pessoal. Na análise final, a revista Time diz que esses profissionais todos tenderam a “varrer as queixas éticas para debaixo do tapete” e que essa inclinação a evitar a integridade moral é conseqüência direta da “obcessão protetora do eu e da imagem”.

Mas, afinal, o que é ética? Qual a sua importância na vida profissional e social de um indivíduo e na formação do seu caráter? O mundo tem enfrentado uma das piores épocas relacionada com a falta de moral e caráter das pessoas e abrange também seu local de trabalho. E a culpa disso tem sido jogada em seus sentimentos não correspondidos, desejos não supridos, mero instinto humano ou, por simples descaso com relação ao assunto. A moral é universal? Pode ela moldada individualmente segundo os padrões pré-estabelecidos por cada um ou existem leis morais absolutas?

Sob a visão do filósofo irlandês Clive Staple Lewis (C. S. Lewis, 1898-1963) pretendo responder a essas perguntas levando a uma auto-avaliação do ser humano afinal, este assunto está profundamente ligado ao interior do homem. E ter a verdadeira visão do que é ética e como ela influencia na formação do indivíduo é essencial para o sucesso de sua vida profissional e a realização social e pessoal do mesmo.